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Lubrificante: o que você precisa saber sobre os diferentes tipos

Os lubrificantes têm origens e funções diferentes, por isso em seus rótulos é possível encontrar as especificações e escolher o melhor para seu carro

Por: Time de Combustíveis da Raízen Data: 16/12/2022 Tempo de leitura: 22 Minutos

Você sabe qual é o significado das siglas e números que estão presentes nos rótulos dos lubrificantes, e será que esses lubrificantes são todos iguais? Essas dúvidas são comuns sempre que precisamos trocar o óleo do carro, não é verdade? Sabemos que o segmento automotivo está em constante atualização, novos motores, tecnologias, diferentes combustíveis, mas será que os lubrificantes também acompanharam essas mudanças?

Venha saber um pouco mais sobre o universo dos lubrificantes, para conhecer os diferentes tipos e como são fabricados, suas características mais importantes e entender de vez o que significam aquelas siglas e números presente nos rótulos dos lubrificantes.


O que é lubrificante?

Lubrificantes são substâncias que atuam como uma película entre duas partes móveis, facilitando o deslizamento e reduzindo o desgaste gerado pelo atrito ou fricção.

Da mesma forma, ao reduzir esse atrito, o lubrificante permite também uma diminuição da temperatura gerada pelo movimento e um aumento da eficiência, já que em uma superfície lubrificada será necessário aplicar uma menor quantidade de energia para executar um mesmo movimento. Embora reduzir o atrito e o desgaste sejam as principais funções de um lubrificante, veremos que atualmente o lubrificante pode exercer outras funções de similar importância.


Para que serve o lubrificante?

Os lubrificantes aumentam a vida útil dos componentes lubrificados ao reduzir a perda de material da superfície de uma peça móvel causada pelo atrito com outra superfície – o que chamamos de desgaste.

Outras funções de um lubrificante:

  • Reduzir o ruído gerado pelo atrito
  • Melhorar a vedação entre anéis, pistão e cilindro de um motor à combustão por exemplo
  • Permitir o controle da temperatura do componente lubrificado seja pela redução da fricção, seja pela troca térmica em sistemas de recirculação de óleo
  • Manter a limpeza do motor ao retirar toda sujeira gerada pela combustão
  • Aumentar a vida útil do motor do seu carro e colaborar para economia do combustível

A Raízen Lubrificantes, por exemplo, conta com toda a expertise da Shell na fabricação de lubrificantes e atende mais de quinze segmentos, como indústria e manufatura, transporte de carga ou de passageiros, modal marítimo e ferroviário etc.



Tipos de lubrificantes

Os lubrificantes se diferenciam em tipo a partir de seus usos. Por exemplo, para o transporte de carga e transporte de passageiros o lubrificante adequado é diferente.

Podemos classificá-los a partir de seus usos em alguns segmentos: no transporte de carga, na indústria e manufatura, no transporte de passageiros, no setor de energia, na mineração, na construção civil, na siderurgia, nos transportes marítimos, nas ferrovias entre outros.

A principal forma de classificação de lubrificantes é feita de acordo com o estado físico: sólido, líquido e gasoso. O lubrificante em estado líquido, mais comum, é encontrado como óleo ou graxa, e a diferença entre eles é a textura e a composição.


Óleo lubrificante

É um líquido composto por óleo básico e aditivos que melhoram seu desempenho como lubrificante.


Graxa

É uma substância composta principalmente por espessante, que é quem dá a característica pastosa. Também contém em sua composição o óleo lubrificante e os aditivos, que juntos serão responsáveis pela lubrificação dos componentes.


Lubrificante sólido

Temos como principal exemplo o pó de grafite, que é aplicado entre superfícies de peças para reduzir o atrito.


Lubrificante gasoso

São gases indicados para lubrificação de superfícies muito lisas. Eles produzem películas muito finas, reduzindo ainda mais o atrito entre as partes em movimento. Normalmente, são utilizados para essa finalidade os gases nitrogênio e hélio, por serem gases inertes.



Quais são as vantagens do lubrificante?

Para cada tipo de aplicação, haverá um tipo de lubrificante melhor recomendado. O óleo lubrificante, que é o tipo mais utilizado em aplicações industriais e automotivas, tem como principal vantagem a capacidade de auxiliar no controle da temperatura e da limpeza das peças lubrificadas. Além disso, ele transmite força e energia em aplicações hidráulicas, previne oxidação e corrosão dos componentes e auxilia na remoção de partículas de sujeira ou de desgaste, quando associado à utilização de um filtro de óleo.

Também é possível aplicar ferramentas de monitoramento preditivo através da análise do óleo para identificar com uma certa antecedência possíveis problemas que levariam o equipamento à quebra.

Por outro lado, os óleos lubrificantes têm pouca durabilidade – a troca se faz necessária com mais frequência. Os vazamentos também são mais frequentes com esse tipo de óleo, assim como a presença de contaminantes externos.

As graxas, por serem pastosas, ainda proporcionam vedação, impedindo a entrada de contaminantes. Elas se fixam melhor no local de aplicação, pois não escorrem nem vazam como os óleos, por isso, são mais fáceis de aplicar e permitem maiores intervalos de relubrificação.

Entretanto, as graxas não são eficientes para o controle da temperatura. Além disso, a troca e o descarte da graxa velha são mais complexos e têm limitação em aplicações em baixas temperaturas ou altas rotações.

Nesse caso, é importante destacar que há um lubrificante ideal para cada aplicação.

Na Raízen, os lubrificantes são desenvolvidos a partir de fórmulas tecnológicas que são verdadeiras inovações para o mercado. Como, por exemplo, a linha de produtos Premium para clientes B2B, para a própria rede de postos Shell e para os consumidores finais.

Além da qualidade, nossos lubrificantes se destacam pela sustentabilidade. Ou seja, nossos clientes recebem produtos seguros, eficientes e de alto padrão.



Bases de lubrificante

As bases dos lubrificantes, sejam para produção de óleo lubrificante ou graxas, são classificadas em mineral, sintético ou semissintético.


Mineral

Obtido através do refino do petróleo, suas características finais dependem do tipo e da qualidade do petróleo. Esse tipo de lubrificante tem maior variação de suas características durante o uso, por exemplo, a viscosidade pode alterar significativamente em função da mudança de temperatura, requerem menores intervalos de troca de óleo ou de relubrificação, pois suas moléculas oxidam mais rapidamente. Por outro lado, o lubrificante mineral tem um menor custo de aquisição, por isso é amplamente utilizado.


Sintético

Produzido por processos mais complexos, através da modificação química das moléculas, os óleos básicos sintéticos têm alto grau de pureza. Os lubrificantes sintéticos têm a estrutura molecular homogênea, o que reduz o atrito fluido entre suas moléculas. Eles têm maior resistência à oxidação, o que permite maiores intervalos na troca de óleo ou de relubrificação, além de manter suas características mesmo com grandes variações de temperatura.


Semissintético

São compostos da mistura de óleos básicos minerais e sintéticos. Eles seguem uma proporção mínima dessa mistura, buscando obter as melhores propriedades de ambos os tipos de lubrificantes. Essa mistura faz com que o lubrificante final, que vai ser comercializado, tenha melhor custo-benefício.



Como um lubrificante é feito?

Cada tipo de lubrificante tem um processo de produção distinto. A produção dos óleos lubrificantes segue um processo de mistura entre óleos básicos selecionados, que podem ser minerais, sintéticos ou uma mistura de ambos e os aditivos que irão melhorar seu desempenho.

Esses aditivos também ajudam a definir a forma como o lubrificante será utilizado. Por exemplo, se ele será um óleo automotivo para lubrificação do motor ou transmissão de um veículo. Outra possibilidade é o uso como óleo industrial que poderá lubrificar uma engrenagem ou movimentar um sistema hidráulico de uma indústria.

A produção do óleo lubrificante é relativamente simples em sua execução, mas requer um processo rigoroso de desenvolvimento da sua fórmula. Esse processo depende de pesquisa e muita tecnologia, além de ter de garantir um nível elevado de qualidade e de repetibilidade em cada lote produzido.

Por outro lado, a produção de graxas lubrificantes é mais complexa, pois requer um processo chamado saponificação. Esse processo é o que vai formar um espessante de sabão metálico, que posteriormente vai se unir ao óleo básico e aos aditivos para formar a graxa lubrificante. Os tipos de espessantes mais utilizados para fabricação de graxas são: lítio, cálcio, alumínio, argila modificada, poliureia, entre outros. As graxas de sabão de lítio são as mais utilizadas por sua versatilidade e baixo custo.

Por aqui, a fabricação se dá com a supervisão técnica da Shell, marca que é referência global no ramo. Controlamos a fábrica localizada na ilha do Governador (RJ) e o terminal de óleos básicos em Duque de Caxias, também no Rio de Janeiro.



Como classificar os lubrificantes

Nem todos os lubrificantes são iguais, é preciso entender como eles se classificam para identificar o lubrificante correto para cada aplicação. Considerando os óleos lubrificantes automotivos, eles podem ser classificados pelo grau de viscosidade (SAE) e pelo nível de desempenho (API, ACEA, ILSAC).


Viscosidade SAE

A viscosidade é talvez a característica mais importante de um óleo lubrificante, pois ela representa a resistência de um fluído ao escoamento. Ela é classificada pela Sociedade de Engenharia Automotiva ou SAE, que divide os graus de viscosidade em:

  • Monoviscosos: só apresenta um grau de viscosidade, podendo ser SAE 75W, 90W ou 140W
  • Multiviscosos: apresenta mais de um grau de viscosidade, podendo ser: SAE 20W50, 15W40, 5W30 e 0W20

Nos óleos multiviscosos utilizados em motores à combustão, o grau de viscosidade SAE é representado por dois conjuntos de números. O primeiro conjunto representa o grau de viscosidade em baixa temperatura, que ocorre na partida do motor, seguido pela letra ‘W’, que vem da palavra ‘winter’ que significa ‘inverno’ em inglês. Já o segundo conjunto de números representa o grau de viscosidade do óleo em alta temperatura, que ocorre quando o motor atinge a temperatura normal de operação, ou seja, próxima a 100 °C.

Isso significa que um óleo de motor SAE 15W40, por exemplo, tem um grau de viscosidade 15W na partida do motor e um grau de viscosidade 40 com o motor aquecido, segundo a SAE. Esse grau de viscosidade representa o comportamento da viscosidade em função da temperatura e não a medida de viscosidade propriamente dita, como muitos acreditam.


Nível de desempenho API, ACEA e ILSAC:

Os óleos lubrificantes também são classificados pelo nível de desempenho. Esse nível é estabelecido por organizações como o Instituto Americano do Petróleo (API), a Associação Europeia dos Fabricantes Automotivos (ACEA) e o Comitê Internacional de Padronização e Aprovação de Lubrificantes (ILSAC). Essas instituições criaram padrões para classificar diferentes tipos de óleo lubrificantes de acordo com seu desempenho.


API

A classificação API codificou os óleos de motores de veículos de passeio (gasolina/etanol/flex) com um padrão que utiliza a sequência de duas letras. Esse padrão tem como primeira letra sempre “S” que vem da palavra Spark (motores com ignição por vela ou ciclo otto) e a segunda letra segue a sequência do alfabeto, onde a letra mais adiante do alfabeto indica um nível de performance melhor que a letra anterior. Por exemplo: API SP tem um nível de desempenho global melhor que API SN, que, por sua vez, tem um nível de desempenho global melhor que API SM, e assim sucessivamente.

Vale ressaltar que essa classificação considera diversos critérios para medir o nível de desempenho, portanto, uma geração mais recente não necessariamente será melhor que a anterior em todos os critérios. Mas é importante frisar que um lubrificante com nível de desempenho atualizado sempre vai atender sua função e superar a geração anterior de forma geral. Dessa forma, um lubrificante mais recente pode ser indicado para motores mais antigos também. Isso acontece porque uma nova geração de especificações API tornará a geração anterior obsoleta.


ACEA

A especificação ACEA utiliza a letra ‘A’ para motores de veículos de passeio (gasolina/etanol/flex) e as letras ‘B’ ou ‘C’ para veículos leves movidos a diesel (caminhonetes e jipes). Essas letras indicam a classe do lubrificante e são seguidas de números que indicam a categoria, por exemplo: A1/B1, A3/B4, C2 ou C3. Na especificação ACEA, um número maior não significa um nível de desempenho melhor, mas sim diferentes aplicações e requisitos para cada tipo de motor. Para identificar a geração mais recente da ACEA é necessário verificar o ano de lançamento da especificação.


ILSAC

A ILSAC é uma agência reguladora que define os parâmetros de desempenho dos lubrificantes seguindo os critérios de montadoras americanas e asiáticas. Esses parâmetros se baseiam principalmente na classificação API, mas que abordam de forma mais exigente outros requisitos, como economia de combustível, compatibilidade com catalisadores e resistência à oxidação do óleo.

A ILSAC atualmente tem as especificações GF-5 que definiram padrões mais exigentes de controle dos depósitos no pistão e de economia de combustível. A especificação GF-6A que substitui e é compatível com a GF-5 traz os seguintes pontos: melhor proteção contra a pré-ignição a baixa rotação (LSPI), melhor proteção para motores turbo e de injeção direta de combustível e melhor economia de combustível. Por fim, há a especificação GF-6B que permite extrema economia de combustível com a aplicação do grau de viscosidade 0W16 e que ainda não está disponível no Brasil.

Como vimos, nem todo lubrificante é igual, existem diferentes tipos, tecnologia e nível de desempenho para cada tipo de aplicação, por isso é importante entender o que cada sigla significa. E é sempre bom ressaltar que devemos seguir a indicação do manual do proprietário do veículo para utilizar o lubrificante correto.


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