De onde vem a energia que abastece cidades, a indústria, o comércio, os veículos, sua televisão e todo o restante? De fontes variadas que chamamos de matriz energética.
A matriz energética de um país varia de acordo com os recursos naturais e a tecnologia disponíveis. Para classificar essa matriz como sustentável ou não sustentável, é necessário observar o uso da matéria prima desde a fonte.
Em termos gerais, a matriz pode ser dividida entre aquelas com origem em fontes renováveis (hidráulica, eólica, solar, lenha, biomassa etc.) e as que usam fontes não renováveis (petróleo, carvão mineral, gás natural etc.).
A maioria dos países utiliza predominantemente combustíveis fósseis, como o petróleo, para a geração de energia.
Por outro lado, a matriz brasileira utiliza uma maior porcentagem de recursos renováveis. Vamos entender mais sobre ela?
O que é matriz energética?
A matriz energética é o conjunto de fontes utilizadas na geração de energia para atender a diferentes demandas de um país. Sendo assim, quais são os recursos que utilizamos para produzir a energia consumida no Brasil?
Graças à imensidão territorial, biodiversidade e condições climáticas, a matriz brasileira é considerada uma das mais limpas do mundo. Isso porque ela provém majoritariamente de hidrelétricas.
A partir da diversificação e expansão do uso de outras fontes renováveis como sol, vento e biomassa, nossa matriz caminha para ser ainda mais sustentável e diversa.
Com isso, o Brasil contribui com a agenda global de redução da emissão dos gases do efeito estufa e, consequentemente, com o enfrentamento às mudanças climáticas.
Não confunda: qual é a diferença entre matriz energética brasileira e matriz elétrica?
A matriz energética brasileira compreende todas as fontes de energia utilizadas no país para abastecer residências, automóveis, indústrias etc. Ela é um indicador importante para entender a diversificação e a segurança do abastecimento de energia no país.
Já a matriz elétrica brasileira é uma parte da matriz energética, que se refere especificamente às fontes de energia utilizadas para produzir eletricidade.
Em síntese, a matriz energética é um conceito amplo, que inclui todas as fontes de energia, enquanto a matriz elétrica é um subconjunto dessa matriz, que se concentra nas fontes utilizadas para produzir eletricidade.
Quais são as fontes de matriz energética brasileira?
Segundo o Balanço Energético de 2023, do Ministério de Minas e Energia, em 2022, 47,4% da energia ofertada no Brasil veio de fontes renováveis, enquanto 52,6% ainda são provenientes de fontes não renováveis.
Esses números já permitem afirmar que a matriz energética brasileira é muito mais limpa que a média mundial, que, em 2021, era de 15% de renováveis para 85% de não renováveis, segundo o EPE.
No entanto, quando se detém apenas na matriz elétrica (energia usada para gerar eletricidade), o Brasil apresenta uma predominância ainda maior de energias renováveis.
Isso se dá especialmente pelo amplo uso da energia hidrelétrica no país, bem como pelo avanço de outras fontes renováveis para geração de eletricidade, como a energia eólica, da biomassa e solar.
Energia hidrelétrica
A energia hidrelétrica é uma fonte limpa e renovável e atualmente, é a principal matriz energética do país. Esse tipo é obtido pelo aproveitamento da água corrente e de quedas d'água em usinas hidrelétricas.
Isso pode ser feito tanto em pequenas centrais hidrelétricas distribuídas pelo Brasil, quanto em gigantes, como Itaipu (Paraná) , Belo Monte (Pará), Jirau e Santo Antônio (Rondônia), São Luiz do Tapajós e Tucuruí (Pará).
Combustíveis fósseis
Os combustíveis fósseis mais conhecidos são: petróleo, gás natural e carvão.
No Brasil, os combustíveis derivados de petróleo, como gasolina e óleo diesel são produzidos principalmente nos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte. O setor que mais os utiliza é o de transporte (71% do consumo total energético de óleo diesel fóssil), mas também são utilizados nas áreas de indústria, comércio e residências.
A demanda por gás natural aumentou no Brasil nos últimos anos devido ao preço mais elevado de outros combustíveis. Em 2021, 46% desse gás foi usado para geração de energia elétrica. O segundo principal uso é industrial, correspondendo a 23,4% do consumo.
O carvão é utilizado na geração de eletricidade, especialmente em momentos de seca ou crise hídrica. A partir da sua combustão, ele gera vapor que movimenta as turbinas em termelétricas. Além disso, é bastante usado na metalurgia.
Biomassa
Biomassa é toda matéria orgânica de origem vegetal ou animal utilizada na produção de energia renovável.
A partir da decomposição de lenha, cana-de-açúcar, restos de comida, esterco animal, entre outras matérias orgânicas, geram-se gases que podem ser convertidos em energia.
Um exemplo é a cana-de-açúcar e seus resíduos, que são usados para a produção de etanol de primeira e segunda geração, biogás, biometano, bioenergia e pellets que substituem o carvão mineral em termelétricas.
Um estudo feito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) mostrou que, se todas as fontes de biomassa do nordeste fossem usadas, conseguiríamos produzir cerca de 55.000 GWh por ano. Esse número representa mais de 100% da energia consumida pela região em 2019.
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Energia eólica
A energia eólica é gerada pela força do vento movimentando as pás de uma turbina ligada a um gerador elétrico. A partir desses grandes moinhos, transforma-se a energia cinética em energia elétrica. Nesse caso, a velocidade do vento é fundamental para uma maior eficiência de produção.
O Brasil é um dos países com maior capacidade produtiva de energia eólica no mundo. E, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mais de 90% da energia eólica produzida no país é gerada nos parques eólicos da região nordeste.
Energia solar
O sol é uma fonte que se renova diariamente (mesmo em dias nublados). A energia solar é captada através de painéis solares fotovoltaicos, que transformam a luz em energia elétrica por meio do inversor solar.
A eletricidade pode ser gerada diretamente a partir da luz (nos painéis fotovoltaicos) ou através do aproveitamento do calor (na usina heliotérmica).
É possível gerar energia solar em casa com a instalação de painéis domésticos. Mas há também grandes usinas solares com capacidade para gerar e distribuir energia, como é o caso das plantas de energia solar da Raízen.
Leia mais: Energia solar: o que você precisa saber sobre esse tipo de energia
Qual é a principal matriz energética brasileira?
Os derivados de petróleo ainda representam a maior parte da matriz energética do Brasil, com 35% da energia ofertada. A segunda fonte, no entanto, é uma fonte renovável: a biomassa de cana, responsável por 15,4% da nossa matriz energética.
Quando se analisa a matriz elétrica, a fonte que mais se destaca é a hidrelétrica, responsável por mais de 60% da eletricidade gerada no país.
Além da disponibilidade hídrica do local, para a produção de energia utilizando esse recurso é necessária a construção de uma estrutura complexa, normalmente formada por uma barragem, uma casa de força, canais de abastecimento e um vertedouro.
Mesmo sendo considerada uma energia limpa, a instalação de grandes centrais hidrelétricas pode ter impactos negativos no entorno. Deslocamento de população local e alterações ambientais são alguns deles.
Por outro lado, esse impacto não ocorre na instalação de pequenas centrais hidrelétricas (PCH).
Elas têm ótimo custo-benefício e admitem usos de seu reservatório para turismo e lazer, o que gera impactos positivos na região. As PCHs fazem parte do portfólio de fontes renováveis da Raízen.
Política nacional para a matriz energética brasileira
Em termos de políticas públicas, o Brasil está caminhando em direção a uma transição energética para diminuir sua dependência de combustíveis fósseis. A ideia, seguindo os moldes globais e acordos internacionais, é ampliar o uso de matrizes energéticas renováveis e mais sustentáveis.
Para oficializar essa iniciativa, um projeto de lei prevê a ampliação das fontes renováveis na matriz energética nacional (PLS 712/2015). Ele já foi aprovado pelo Senado e seguiu para a Câmara dos Deputados.
Esse PL tem como objetivo aumentar a participação de energia limpa, a adoção de tecnologias de baixo impacto de carbono, mais eficiência energética e redução do uso de combustíveis fósseis. Além disso, ajuda a incentivar a competitividade para implantação de energias renováveis.
Matriz energética brasileira: quais são as fontes renováveis e não renováveis?
Fontes de energia renováveis são aquelas que se renovam em tempo útil na natureza, ou seja, suas reservas tendem a ser renovadas de acordo com seus ciclos naturais, como é o caso da água ou das plantações.
Entre as energias renováveis da matriz energética brasileira, segundo o BEN23, destaca-se a biomassa da cana (15,4%), hidráulica (12,5%), lenha e carvão vegetal (9%), lixívia e outras (7%), eólica (2,3%) e solar (1,2%)
Leia mais: O futuro da energia é renovável
Já as fontes de energia não renováveis são aquelas que não se renovam em tempo útil na natureza, ou seja, suas reservas tendem a acabar à medida que são usadas, como o petróleo e o carvão mineral.
Entre as não renováveis que fazem parte da matriz energética brasileira, o Balanço Energético Nacional contabiliza: derivados de petróleo (35,7%), gás natural (10,5%), carvão mineral (4,6%), urânio (1,3%) e outras (0,6%).
Qual é a relação da matriz energética brasileira com a sustentabilidade?
A matriz energética brasileira tem estreita relação com a sustentabilidade ao optar por fontes que se renovam – ao contrário das de origem fóssil, que tendem a se esgotar.
Além disso, ao priorizar fontes renováveis, reduzimos a emissão de gases do efeito estufa em comparação com as fontes fósseis.
Países dependentes de fontes não renováveis têm uma emissão maior devido a liberação de CO2 durante a queima de combustíveis fósseis.
Um estudo do IPEA oferece uma comparação: em 2018, o Brasil emitiu 34, 5 tCO2/tJ na combustão de fontes primárias de energia. Enquanto isso, em países membros da OCDE, que usavam apenas 10% de fontes renováveis, esse número chegava a 51,6 tCO2/tJ.
Transição energética no Brasil
Mesmo considerando que as emissões brasileiras de gases do efeito estufa (GEEs) não estão concentradas no setor de energia, é possível notar as oportunidades de redução, especialmente associadas ao segmento de transportes e combustíveis. E esse cenário influencia a matriz energética brasileira.
Para incentivar a transição energética brasileira, o Brasil conta com a Política Nacional dos Biocombustíveis, conhecida como RenovaBio. Desde 2019 estão valendo as metas nacionais anuais de descarbonização para o setor de combustíveis, para incentivar o aumento da produção e da participação de biocombustíveis na matriz energética de transportes do país.
A Raízen é o único player no mercado que atua nas duas frentes do RenovaBio: somos produtora e distribuidora de combustível. Geramos créditos com biocombustíveis e compramos créditos como qualquer empresa regulada pelo programa.
- Estamos entre as três distribuidoras com a maior meta a ser cumprida pelo RenovaBio
- Apoiamos o Ministério de Minas e Energia, a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e demais órgãos responsáveis pelo programa com informações que ajudem na sua evolução
- Temos todas as unidades produtoras de etanol certificadas ou em processo de certificação
- Cumprimos com 100% da meta de compras de Cbio 2020, estabelecida pela Agência Nacional de Petróleo (ANP)
Além do apoio ao RenovaBio e investimentos para desenvolver combustíveis mais sustentáveis, a Raízen atua também pela diversificação da matriz elétrica brasileira. Com mais opções renováveis, reduz-se a dependência de combustíveis fósseis em períodos de crise hídrica.
No caminho da transição energética, somos referência global no aproveitamento de resíduos da biomassa para geração de bioenergia e contamos com plantas de energia solar para distribuição de energia limpa a mais pessoas através do mercado livre de energia.
Entenda como a Raízen está participando da transição energética variando seu portfólio com opções sustentáveis de energia.