Sustentabilidade corporativa é um conceito cada vez mais valorizado no mercado, e esse é apenas um dos motivos pelos quais precisamos abordar o tema. Afinal, o que é sustentabilidade? Por que é tão importante?
É comum relacionar a sustentabilidade apenas ao cuidado com o meio ambiente, mas, como veremos, o conceito vai além disso.
Empresas que incorporam o pensamento sustentável nos seus negócios só têm a ganhar. Ao buscar as melhores práticas de sustentabilidade, acabam tendo também maior transparência e eficiência, gerando valor para todos os públicos envolvidos. Isso aumenta a competitividade da companhia e eleva suas chances de longevidade.
Essas e outras questões você encontra neste artigo:
- O que é sustentabilidade?
- Qual é a importância da sustentabilidade para a sociedade e empresas?
- Sustentabilidade e a Teoria dos Stakeholders
- O que é o Desenvolvimento Sustentável?
- Tripé da Sustentabilidade ou Tripple Bottom Line: o que é?
- A importância da gestão ambiental para a sustentabilidade corporativa
- O conceito ESG em Sustentabilidade
- Quais critérios ESG se alinham à sustentabilidade?
- Como a inovação pode otimizar a sustentabilidade em uma empresa?
- A relação entre a produção de biocombustiveis e a sustentabilidade
- O futuro da sustentabilidade no setor de energia: desafios e oportunidade
O que é sustentabilidade?
Sustentabilidade vem da palavra “sustentável”, do latim, “sustentare”, que significa sustentar; defender; favorecer; apoiar; conservar e cuidar.
O conceito de sustentabilidade surgiu do entendimento de que alguns recursos naturais são finitos e outros podem levar muito tempo para se renovar. Ele deriva da compreensão de que é preciso encontrar meios de suprir as necessidades presentes sem comprometer as gerações futuras.
Sustentabilidade é, então, a capacidade de algo se sustentar, se conservar e permanecer ao longo das gerações.
Quando se fala em sustentabilidade corporativa, essa capacidade precisa englobar aspectos sociais, ambientais e econômicos/governança na gestão dos negócios. Isso porque nenhum dos aspectos se sustenta sozinho.
Em uma visão empresarial, sustentabilidade é equilibrar interesses e gerar valor continuamente para todas as partes envolvidas no negócio (stakeholders). Aqui entram acionistas, clientes, colaboradores e colaboradoras, governo, sociedade, entorno e demais parceiros de negócio.
Qual é a importância da sustentabilidade para a sociedade e empresas?
Como você viu, a sustentabilidade é o meio de garantir o suprimento das necessidades atuais da sociedade sem comprometer o das gerações futuras.
Nesse sentido, calcular o impacto ambiental de cada ação é ato central ‒ mas não única ‒ para reduzi-lo. Repensar a cultura do consumo e buscar alternativas renováveis e limpas também está na base do pensamento sustentável.
Especialmente diante de uma população crescente, a sustentabilidade é vital para sociedade. A preservação de recursos naturais, como água, ar, terra e biodiversidade, é a garantia da sobrevivência dela a longo prazo.
Reduzir a emissão de gases poluentes, como CO2, na atmosfera é parte dessa preservação. Isso porque a emissão de gases tem impacto direto nas mudanças climáticas, na qualidade do ar e na biodiversidade
A preservação dos recursos naturais e da sociedade, no entanto, só faz sentido quando acompanhada de justiça social. De forma simplificada, é ter em mente que é preciso cuidar das pessoas para que elas cuidem do planeta.
Dessa forma, é importante organizar ações em agendas anticorrupção e pró-ética para fazer valer as iniciativas sustentáveis. E para que elas não atendam apenas a interesses imediatos de grupos individuais.
Sustentabilidade é entender todos esses aspectos de forma integrada e cíclica. Ou seja, um influencia o outro.
E aqui entram também as empresas. Do ponto de vista empresarial, a sustentabilidade é a geração contínua de valor para as partes envolvidas no negócio (stakeholders).
Assim, a sustentabilidade corporativa engloba:
- Identificar riscos socioambientais causados pela sua atuação;
- Mitigar riscos para potencializar oportunidades para o negócio e benefícios para a sociedade;
- Estimular a inovação na busca por processos mais otimizados, circulares e responsáveis;
- Gerar valor na cadeia produtiva sustentável, posicionando o compromisso da companhia com o presente e com o futuro;
- Agregar competitividade via negócios mais eficientes e que dependam de menos recursos ou energia, favorecendo o desempenho da empresa;
- Fortalecer a posição de marca empregadora, já que as pessoas cada vez mais buscam propósito e valores fortes nos lugares em que trabalham;
- Aumento de reputação corporativa e institucional.
Como a Sustentabilidade surgiu e qual a sua relação com o termo ESG?
Muitas pessoas podem ter o entendimento equivocado de que sustentabilidade se resume apenas ao cenário ambiental. Mas não é bem assim: quando falamos em sustentabilidade nos referimos também à economia e a sociedade, de maneira interdependente, integrada. Quer saber mais como esse conceito surgiu? Nós te explicamos!
Sustentabilidade e a Teoria dos Stakeholders
As raízes do conceito de Sustentabilidade surgiram na década de 1980 com o filósofo Robert Freeman e sua “Teoria dos Stakeholders”.
Resumidamente, essa teoria fala sobre os interesses dos proprietários de um negócio não serem os únicos a serem considerados na gestão de uma empresa. Ou seja, deviam ser consideradas todas as partes interessadas na atividade produtiva (Stakeholders) para a perenidade daquele negócio.
O que é o Desenvolvimento Sustentável?
Posteriormente, em 1987, surge o conceito de “Desenvolvimento Sustentável” no lançamento do Relatório Brundtland (também chamado de “Nosso Futuro Comum”), da ONU.
É aqui que se consolida a ideia de que é preciso suprir as necessidades atuais, sem afetar o suprimento das futuras gerações. Além disso, pela primeira vez tratou-se de questões ambientais, sociais e econômicas.
Tripé da sustentabilidade: um conceito corporativo
Em 1994, o sociólogo e consultor britânico John Elkington criou o conceito de Tripé da Sustentabilidade – ou Triple Bottom Line (TBL) - também conhecido como Pessoas, Planeta e Lucro.
Resumidamente, esse conceito indica que um negócio sustentável era aquele que procurasse por um equilíbrio nos resultados corporativos sociais, econômicos e ambientais. Ou seja, empresa sustentável é:
- socialmente justa com seus colaboradores e colaboradoras e outras pessoas envolvidas na sua cadeia de operações;
- ambientalmente responsável em relação ao uso de água, recursos naturais, impacto no planeta, manejo de resíduos e mais;
- financeiramente viável de forma a garantir a longevidade do negócio, otimização de processos e o lucro.
A importância da gestão ambiental para a sustentabilidade corporativa
A gestão ambiental é um dos pilares fundamentais para a sustentabilidade corporativa. Ao adotar práticas sustentáveis, as empresas não apenas ajudam o meio ambiente, mas também reduzem custos operacionais no médio e longo prazo. Processos eficientes de gestão ambiental minimizam desperdícios e otimizam o uso de recursos, promovendo eficiência operacional e financeira.
Além disso, a gestão ambiental constrói uma reputação positiva para as empresas. Em um mundo onde as pessoas valorizam cada vez mais a sustentabilidade, adotar práticas que beneficiam o meio ambiente, diferencia boas empresas no mercado. A transparência sobre essas práticas fortalece a imagem corporativa, atraindo clientes que se preocupam com a agenda de sustentabilidade e seus impactos.
Por fim, a gestão ambiental não só atende a regulamentações, mas também protege as empresas de riscos legais. Antecipar e abordar impactos ambientais potenciais permite a gestão de riscos e oportunidades socioambientais, e viabiliza a conformidade contínua com leis em vigor. Assim, a gestão ambiental não é apenas ética, mas também uma estratégia inteligente para a sustentabilidade e resiliência no longo prazo das empresas.
O que é ESG e como ele surgiu?
O conceito de ESG evoluiu a partir do conceito do Triple Bottom Line, com um olhar adicional para governança, ética e transparência das informações.
ESG significa: Environmental, Social and Governance (Ambiental, Social e Governança), o que engloba o conceito de “ser sustentável” em todos os processos de uma companhia.
ESG é, sobretudo, uma lente avaliativa de riscos e oportunidades e da gestão socioambiental, com a qual investidores observam o desempenho e potencial de crescimento de empresas.
A sigla surge em 2004, em uma iniciativa da ONU com o Banco Mundial, em que os investidores e o mercado financeiro começaram a considerar critérios ambientais, sociais e de governança no entendimento de riscos e oportunidades para seus negócios.
Em 2020, o ESG acaba ganhando bastante destaque no Fórum Econômico Mundial em Davos. Os desafios da pandemia de covid-19 nesse momento emplacaram critérios ESG como centrais nas discussões da perenidade e resiliência dos negócios.
Exemplos dos critérios ESG nas empresas
Afinal, quais são os exemplos práticos desses critérios em uma empresa?
- Critério ambiental
Aqui estamos falando da redução dos impactos ambientais negativos por meio de estratégias e planos de ação corporativos vinculados ao modelo de negócio. Por exemplo: redução da pegada de carbono e do consumo de água na concepção dos produtos e serviços. Fazem parte disso a revisão da forma de transporte de pessoas e cargas, adoção de produtos e embalagens sustentáveis, utilização de ferramentas de análise de ciclo de vida dos produtos etc.
Além disso, projetos de impacto e engajamento local também entram aqui. Por exemplo: reduzir o uso de água nos escritórios, trocar lâmpadas incandescentes por LED, utilizar descargas de água econômicas, uso de torneiras de baixo consumo ou automáticas, separação do lixo, reutilização de móveis, economia de papel etc. - Critério Social
O S do ESG envolve pensamento crítico sobre padrões de desenvolvimento social e criação de soluções inovadoras para times, entorno e fornecedores.
Por exemplo: respeito incondicional aos direitos humanos e sua promoção na cadeia de valor, ações de inclusão e diversidade, criação de planos de relacionamento e engajamento das comunidades do entorno das operações, desenvolvimento socioeconômico de fornecedores locais, investimento no treinamentos de times internos, planos de voluntariado, entre outros. - Critério governança
A consistência dos critérios ambientais e sociais depende de uma gestão interna robusta. Nesse sentido, entram processos claros que garantam a ética e cumprimento da legislação (compliance), transparência e publicidade dos resultados do negócio. Além disso, diversidade das pessoas em fóruns de gestão, implementação de políticas anticorrupção, promoção de compras sustentáveis de insumos, bens e serviços, entre outros.
Como a inovação pode otimizar a sustentabilidade em uma empresa?
Se a sustentabilidade envolve repensar formas de produzir e consumir, ela está diretamente ligada à inovação. Inovar para melhorar e ser mais sustentável.
Aqui falamos de melhorias incrementais de processos, como aumentar a eficiência e produtividade, otimizar políticas e procedimentos etc.
Mas falamos também de melhorias de ruptura, como:
- Mudança de modelo mental nos processos organizacionais
- Implementação de novo modelo de negócio, além do tradicional
- Concepção de um novo produto que desafie o uso convencional de matérias-primas
No geral, são inovações que, em sua fase de uso, reduzem os impactos negativos ao ambiente e à sociedade.
Por meio do entendimento dos conceitos de inovação de ruptura e incremental, uma empresa pode utilizar os critérios ESG para um plano de ação. Assim, é possível identificar os principais temas estratégicos, com os quais pode gerar maior impacto positivo para seu negócio e a sociedade.
Modelos esquemáticos e tecnologias de colaboração em rede ajudam a impulsionar a inovação dentro de empresas.
Entre os modelos esquemáticos, um bom exemplo é a Análise do Ciclo de Vida (ACV) que olha para os principais impactos ambientais de um produto ou serviço.
Entre as tecnologias de colaboração em rede, tem-se a inovação aberta, que expande os limites de atuação da empresa e a conecta com os setores criativos da sociedade, como startups, faculdades, centros de pesquisa etc.
Ambos os processos permitem oxigenar e administrar os negócios com mais eficiência, potencializando novas oportunidades de crescimento ao se integrar os critérios ESG.
Dentro do seu setor, o que poderia ser substituído ou repensado no quesito ambiental, social e de governança? Seria uma mudança na gestão de pessoas e direitos humanos? Ou no modelo de trabalho, tornando-o melhor para as pessoas e para a sociedade? Seria atuar para reduzir as emissões de gases de efeito estufa na concepção de produtos mais limpos? Talvez redesenhar a estrutura de governança corporativa, adotando o conceito de hierarquia horizontal, por exemplo? Ou seria radicalizar e criar um novo negócio bastante diferente do atual, mas muito conectado com um ou mais desafios socioambientais da sociedade?
Quais ações ajudam a promover a sustentabilidade?
No cenário corporativo, a adoção de boas práticas auxiliam na construção de uma cadeia produtiva sustentável. Bons caminhos são:
- Pesquisar o histórico dos fornecedores, antes de firmar contratos;
- Preferir fornecedores locais, a fim de fomentar o desenvolvimento local;
- Realizar uma análise, avaliação e monitoramento crítico do ponto de vista socioambiental ao contratar um fornecedor, cliente ou parceiro de negócio.
- Verificar as certificações da empresa em questão, analisando as políticas antipoluição, de desperdício de resíduos e de saúde pública;
- Treinar o mindset sustentável do setor responsável pela contratação de fornecedores;
- Contar com apoio de consultorias ESG e realizar benchmark com com empresas referências no mercado
- Investir na estratégia ESG como cerne dos negócios.
A relação entre a produção de biocombustíveis e a sustentabilidade
A adoção de biocombustíveis representa um passo significativo rumo a práticas mais sustentáveis. Esses combustíveis, derivados de fontes renováveis como biomassa, oferecem uma alternativa mais verde aos combustíveis fósseis, contribuindo para a redução das emissões de gases poluentes e mitigação dos impactos causados pelasas mudanças climáticas.
Além disso, a produção de biocombustíveis impulsiona a diversificação da matriz energética, reduzindo a dependência por fontes e de recursos não renováveis.
Ao incorporar biocombustíveis, as empresas não apenas mitigam os impactos ambientais negativos associados à produção e consumo de energia, mas também contribuem para a construção de uma economia mais sustentável e resiliente.
O futuro da sustentabilidade no setor de energia: desafios e oportunidades
A crescente demanda por energia limpa e renovável impulsiona a necessidade de inovação e transformação. Desafios como a transição do uso dee fontes fósseis, tradicionais para alternativas mais sustentáveis, e a modernização de infraestruturas para acomodar tecnologias limpas, são imperativos. Contudo, esses desafios se convertem em oportunidades para empresas conectadas com a pauta.
A Raízen, como empresa integrada de energia, tem a sustentabilidade como pilar central atrelado à estratégia de nergócio. Ao investir em um amplo portfólio de energias renováveis, especialmente a partir da cana-de-açúcar, a empresa vem contribuindo para a diversificação da matriz energética e está liderando a transição energética no Brasil.
A busca por eficiência energética e a, redução de emissões e a diversificação da matriz energética são alicerces que não só enfrentam os desafios futuros, mas posicionam a empresa na vanguarda das inovações sustentáveis no setor.
Ao enfrentar esses desafios de frente e abraçar as oportunidades emergentes, o setor de energia pode moldar não apenas seu próprio futuro, mas também contribuir significativamente para a descarbonização de toda a cadeia econômica.
A sustentabilidade vive em nossa raiz. Quer conhecer mais sobre nossas iniciativas sustentáveis?