A governança é um tema que está em pauta não só no mercado, mas dentro da maioria das empresas atualmente.
Vamos entender:
- As etapas e conceitos acerca da governança corporativa
- As ambições de empresários, funcionários e acionistas envolvidos pelo tema
- Os princípios e objetivos desse sistema estratégico corporativo
Tem vontade de implementar a governança corporativa na sua empresa? Aproveite esta leitura!
O que é governança?
O termo “governança” deriva do ato de governar por meio de uma gestão robusta; exercer autoridade; ter o poder perante algo.
Basicamente, o sentido de governança é o de administrar, dirigir, monitorar, orientar, organizar e elaborar estratégias para tomar decisões assertivas.
Essas decisões são pautadas na ética, transparência, segurança, crescimento e geração de resultados.
Ou seja, elas se caracterizam por um conjunto de boas práticas que visam aumentar a confiança de stakeholders, como:
- Investidores
- Acionistas
- Fornecedores
- Colaboradores e colaboradoras
- Clientes
- Sociedade
- Governo
E os demais stakeholders diante da gestão administrativa de uma empresa.
Contextualizando o termo de Governança Corporativa
Para que serve a Governança Corporativa?
A Governança Corporativa é indispensável, pois serve para aprimorar e otimizar os processos administrativos da empresa, considerando todas as tomadas de decisões de forma estratégica.
Nesse sentido, a governança dentro de uma empresa ajuda a:
- Direcionar, monitorar e avaliar as etapas da gestão empresarial;
- Viabilizar o estabelecimento de responsabilidades nas estruturas organizacionais;
- Otimizar a tomada de decisões de forma estratégica;
- Analisar riscos de mercado;
- Aumentar a rentabilidade de uma empresa;
- Tornar processos internos mais eficazes;
- Padronizar periodicamente fluxos na equipe;
- Garantir a transparência nos processos administrativos;
- Gerar confiança em todos as partes interessadas no negócio (stakeholders).
A importância da governança corporativa
Além dos benefícios internos apresentados anteriormente, a governança corporativa também é uma prática muito reconhecida no mercado. Por isso, quando aplicadas, as práticas de governança corporativa ajudam a atrair investidores e evitar conflitos e possíveis escândalos nas mídias.
Pilares da governança corporativa
A governança corporativa se baseia em quatro princípios que, quando aplicados, facilitam as tomadas de decisões e fortalecem uma imagem mais positiva e eficiente da empresa, tanto interna quanto externamente. Esses pilares são equidade, transparência, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
Ainda tem dúvidas sobre a importância da sustentabilidade em empresas? Leia nosso texto!
Governança, Ética e Compliance Corporativa: qual é a relação?
De acordo com o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa), a governança corporativa pode ser definida como “o sistema pelo qual as empresas e demais organizações são dirigidas, monitoradas e incentivadas, envolvendo os relacionamentos entre sócios, conselho de administração, diretoria, órgãos de fiscalização e controle e demais partes interessadas”.
Uma vez que temos que Compliance é responsável pela conformidade, ou seja, pelo cumprimento de normas e regras, garantindo “A transparência de suas atividades, mantendo-se distante de qualquer ilicitude'', fica claro que Compliance é pilar fundamental para a Governança corporativa.
Indo além, temos que ambos perpassam a ética corporativa, sendo essa um conjunto de valores, condutas, cultura e posicionamento de uma organização perante a sociedade.
Governança, ética e Compliance corporativo estão, portanto, interligados. Eles ajudam a fortalecer a imagem, transparência e reputação, na medida que apontam a seriedade e o compromisso na condução dos processos.
Eles reafirmam os valores de uma empresa, garantindo assim a imagem passada aos stakeholders.
Quais as vantagens de seguir boas práticas da Governança Corporativa?
As principais vantagens de seguir boas práticas são:
- Evoluir consistente da agenda estratégica social e ambiental da empresa (ESG)
- Atrair de investimento
- Aumentar a visibilidade de mercado
- Prevenir problemas, erros e fraudes
- Facilitar a captação de recursos
- Reduzir o custo do capital
- Melhorar o desempenho operacional
- Controlar o abuso de poder, uma vez que as decisões não estão na mão de uma só pessoa
- Promover relações transparentes com stakeholders
- Evitar o conflito de interesses
- Impedir o uso de informação privilegiada por poucos interessados.
Como colocar a governança corporativa em prática?
Alguns passos podem te ajudar a começar! Veja:
Fortaleça ou construa um Conselho Administrativo
O Conselho de administração monitora o trabalho dos gestores e elabora a estratégias da organização.- Diversidade de gênero e raça
- Política de gestão de pessoas
- Código de conduta
- Escolha e avaliação de auditoria independente
- Entre outros.
Estabeleça uma hierarquia clara
É importante estabelecer uma hierarquia clara, dividida por funções, levando em conta as habilidades de cada membro da equipe.
Cada colaborador precisa saber exatamente a quem recorrer para alinhar suas expectativas, definir tarefas e elencar prioridades.
Muitas companhias investem em treinamentos, para que todos do time se alinhem às expectativas e ajam de acordo com os valores da empresa. Isso facilita também a gestão da liderança.
É um caminho interessante a seguir!
Organize reuniões frequentes com o time
As reuniões entre diretores, sócios, equipes e conselho são um momento ideal para repassar diretrizes, definir o plano de ações e acompanhar projetos em aberto na empresa.
É a partir dessas reuniões que a empresa terá uma visão geral dos diversos processos. Ela precisa verificar a possibilidade de delinear novas estratégias e planos de ação referentes a diferentes indicadores e metas.
Para isso, é imprescindível que essas reuniões sejam registradas por meio de atas para prestar contas futuras.
Assim, o espírito de equipe é enfatizado. Afinal, todos poderão acompanhar tudo o que as demais áreas fazem pela companhia, agregando também com ideias complementares!
Crie Conselhos Consultivos específicos
O Conselho Consultivo é composto por três a cinco profissionais de diferentes perfis, vivência de mercado e que já passaram por vários desafios nas suas carreiras.
Esses profissionais de confiança viabilizam que cada tarefa seja resolvida em um departamento, otimizando tempo e tornando o fluxo mais organizado
Ah, é importante destacar que o Conselho Consultivo difere do um Conselho Administrativo!
Enquanto o Conselho Consultivo ajuda a empresa desde o início da implantação da governança corporativa, o Conselho Administrativo começa a exercer sua função apenas nas etapas mais à frente.
Aplique uma cultura transparente
É importante demonstrar transparência interna e externamente. A garantia de confiança é um ponto forte e que chama a atenção de acionistas.
Modelos de governança corporativa
A governança corporativa não é um conceito fixo, com um único modelo a ser seguido universalmente. Pelo mundo, diferentes regiões e suas culturas influenciaram a criação de culturas corporativas distintas. Elas variam em tipos de gestão, financiamento, relevância do mercado de capitais, entre outros aspectos.
Os modelos de governança corporativa são:
- Modelo anglo-saxão
- Modelo alemão
- Modelo japonês
- Modelo latino-europeu
- Modelo latino-americano
Índice de governança corporativa
O índice de governança corporativa (ou IGC) foi criado pela Bovespa. Ele avalia o desempenho e rendimento de empresas com bons resultados de governança corporativa.
Entre as diferentes vertentes dessa métrica, destaca-se o IGC-NM: ele avalia empresas com ações de Novo Mercado (uma série de práticas que elevam a empresa ao mais alto nível de governança corporativa). De modo geral, quanto mais elevado o IGC de uma empresa, melhor seu posicionamento no mercado e mais atrativa ela é para potenciais investidores.
Governança corporativa no Brasil
Um estudo do IBGC realizado em 2004 mostrou que a adoção das melhores práticas de governança corporativa têm se expandido muito nos últimos anos em mercados desenvolvidos e em desenvolvimento.
Essa adesão é feita de forma voluntária e é aí que entram os níveis definidos pela Bovespa, que se diferem pelo grau de aderência da companhia a essas práticas.
Veja a relação de artigos sobre o tema desde 1999 no Brasil:
A governança dentro do ESG
Para além do resultado financeiro, ela se mescla às boas práticas de sustentabilidade em uma companhia (até no dia a dia dos investidores).
A governança da Raízen é um exemplo disso! Respeitamos a tradição com um olhar disruptivo para o futuro.
Isso porque herdamos de nossos acionistas – Royal Dutch Shell e Cosan – um modelo de governança corporativa pautado em ética, transparência, segurança e geração de resultados.
Portanto, temos um conselho de administração que conta com uma estrutura de comitês estatuários, o que nos ajuda a identificar riscos e oportunidades. Eles são:
- Comitê de Finanças
- Comitê de Auditoria
- Comitê de Remuneração
- Comitê de Responsabilidade Social Corporativa
Além deles, também contamos com comitês executivos, onde colaboradores e colaboradoras de diferentes áreas e nível hierárquicos se organizam para a discussão de temas relevantes para o aprimoramento de práticas corporativas. Eles são:
- Comitê de Ética
- Comitê de Compliance
- Comitê de Diversidade e Inclusão
- Comitê de Povos Indígenas
- Comitê de Saúde, Segurança e Meio-Ambiente (SSMA)
- Comitê de Sustentabilidade
- Comitê de Riscos de Mercado
- Comitê de Investimentos
- Comitês de Governança para cada negócio
Vem conhecer mais sobre nossa metodologia de identificação e gestão de riscos e oportunidades!
Agora que você já está por dentro de tudo o que engloba a governança, confira uma breve análise de como foi a governança corporativa por aqui, no ano de 2020-2021! Clique para ver o relatório.