Mostrando que a indústria 4.0 está revolucionando as linhas de produção, as tecnologias empregadas nos processos operacionais ganham cada vez mais força. Estima-se que até 2025 as técnicas industriais 4.0 poderão reduzir custos de manutenção de equipamentos entre 10% e 40%, diminuir o consumo de energia entre 20% e 40%, e aumentar a eficiência do trabalho entre 10% e 25%, segundo dados da consultoria McKinsey.
Atualmente, um dos grandes fatores que contribuem para a diferenciação das empresas no mundo dos negócios é a gestão do conhecimento.
Alguns exemplos são a capacitação de seus trabalhadores para essa nova fase dos processos produtivos, o volume crescente de dados em nuvem, rastreabilidade, realidade aumentada, IoT, big data, entre outras tecnologias.
A tendência é que essas e outras soluções cresçam e sejam continuamente expandidas, já que geram impactos positivos nos processos e operações, assim como no modelo de trabalho industrial. O foco principal do setor está em garantir eficiência operacional. Os dados evidenciam que essa revolução vai muito além da simples aplicação de novas tecnologias.
O foco em eficiência operacional gera impactos e modifica os modelos de produção, fato perceptível em outras transformações industriais da história.
Contudo, diante de uma nova realidade produtiva, são necessárias sérias adaptações e uma rápida capacitação por parte do trabalhador para se manter atualizado.
As atividades de uma indústria estão cada vez mais conectadas – da produção aos custos, da prospecção ao fechamento de contratos, além da segurança dos colaboradores, que é essencial.
Apesar disso, ainda são poucas as empresas que encaram a indústria 4.0 como aliada no desenvolvimento e sustentabilidade dos negócios.
O setor sucroenergético, do qual faço parte, é um dos grandes segmentos com potencial para aumentar o valor agregado de suas operações, considerando a versatilidade da cana-de-açúcar e os produtos resultantes dessa matéria-prima (açúcar, etanol, biomassa para energia limpa, entre outros). As boas práticas de manejo, planejamento, qualidade e operação nas lavouras resultaram num melhor TCH (toneladas de cana por hectare). No entanto, é preciso aliar essas ações à padronização de processos e implementação de novas soluções na indústria, tão fundamentais para a resiliência do setor.
Atualmente, tecnologias alinhadas com o conceito 4.0 podem ajudar a reduzir desvios e falhas no cumprimento de metas, garantindo maior produtividade para empresas do segmento.
Desperdícios comprometem a produtividade e geram consequências diretas nos resultados das empresas. Com isso em mente, é preciso definir estratégias para mitigar esses impactos e investir no máximo aproveitamento dos recursos. Uma das dicas mais importantes relacionadas à eficiência operacional é a substituição de tarefas pouco produtivas e processos custosos.
Esse é o caso do uso dos gêmeos digitais, em que é possível testar diferentes situações em um protótipo online idêntico ao físico. Com ele, temos maior previsibilidade de possíveis erros operacionais, portanto, conseguimos minimizá-los. Dessa forma, a tecnologia otimiza os custos, ao passo em que diminui o tempo de máquinas paradas e gastos de manutenção e aumenta a disponibilidade de uso dos produtos.
Ainda dentro do segmento de energia, existem soluções como o Controle Avançado, que reduz a instabilidade do processo. Essa tecnologia permite a operação da planta próxima dos seus limites, melhorando rendimento, produtividade e lucratividade.
Dessa forma, a inovação resulta em uma qualidade do produto mais uniforme e maior redução no consumo de energia.
Há inúmeros sistemas e ferramentas dedicadas à padronização e à otimização industrial, com soluções que incluem rever o layout para maximizar o aproveitamento de máquinas ou planejar a produção, a fim de reduzir perdas de matérias-primas. A implementação de soluções que gerem maior confiabilidade, integridade e disponibilidade das operações em tempo real devem estar presentes na indústria e já são essenciais para a manutenção do segmento, responsável por 22,2% de todo o PIB nacional.
Complementar a isso, capacitar os operadores é um dos serviços essenciais para a eficiência operacional, considerando que funcionários precisam conhecer as novas tecnologias do mercado para aplicá-las e utilizá-las da maneira correta. Invariavelmente, a gestão do tempo na empresa é mais eficaz a partir das otimizações de processos ou inserção de novas soluções.
Países em desenvolvimento, como o Brasil, precisam olhar para ações focadas em eficiência operacional na indústria como um meio de aceleração do crescimento econômico. Para isso ocorrer, serão necessários investimentos em pesquisas e desenvolvimento de novas tecnologias e a criação de políticas educacionais voltadas à formação de mão de obra qualificada.
O setor industrial brasileiro precisa enxergar a padronização e a digitalização como meios de se manter competitivo no mercado global.
Afinal, é evidente que a preparação e a otimização dos processos ajudam no desenvolvimento das indústrias e, por consequência, do país.