A demanda crescente por biocombustíveis renováveis, incluindo o etanol de segunda geração (E2G), aumentou o grau de desafio na jornada do setor sucroenergético em questões de eficiência agrícola. A atenção com a disponibilidade de biomassa, incluindo a palha da cana-de-açúcar – que também é matéria-prima para biocombustíveis –, passou a ser um componente importante, e que afeta o nosso jeito de pensar a nossa contribuição para o avanço da transição energética.
Em 2015 a Raízen iniciou a operação da maior planta de Etanol de 2ª Geração (E2G) do mundo, localizada em Piracicaba (SP), no Parque de Bioenergia Costa Pinto. Foi o primeiro passo de um plano ambicioso, que envolve a construção de 20 plantas de E2G até o ano-safra 2030-2031. Esse movimento, que vai contribuir para consolidar a posição de destaque do Brasil como um dos maiores fornecedores globais de biocombustíveis renováveis, representa um investimento de R$24 bilhões.
Em 2015 a Raízen iniciou a operação da maior planta de Etanol de 2ª Geração (E2G) do mundo, localizada em Piracicaba (SP), no Parque de Bioenergia Costa Pinto. Foi o primeiro passo de um plano ambicioso, que envolve a construção de 20 plantas de E2G até o ano-safra 2030-2031. Esse movimento, que vai contribuir para consolidar a posição de destaque do Brasil como um dos maiores fornecedores globais de biocombustíveis renováveis, representa um investimento de R$24 bilhões.
Do ponto de vista da eficiência agrícola, a nossa jornada de evolução já considera esse cenário, o que significa que estamos trabalhando em diversas frentes, para garantir a oferta de biomassa que vai sustentar o plano de expansão em energia renováveis da Raízen. Com uma operação agrícola de 1,3 milhão de hectares, a companhia tem a maior carteira de biomassa do mundo, mas a forma como lidamos com esse recurso está atrelada a metas climáticas, de redução de emissões e de eficiência energética.
Como maior produtor brasileiro de etanol, temos como missão, até 2030, reduzir em 20% a pegada de carbono desse biocombustível, aumentar em 80% a produção de energia renovável e aumentar a geração de energia por área colhida (GJ/ha) em 15%. Todas essas questões influenciam diretamente a produtividade no campo. E todos os projetos e iniciativas que temos feito, nas diversas regiões em que temos cultivo de cana, estão nos trazendo excelentes resultados: ganhos de produção com eficiência energética.
Em parte, esses resultados são fruto de investimento em tecnologia. Nos últimos quatro anos, por exemplo, aumentamos de 13 para 358 o número de estações de monitoramento meteorológico, o que significa que passamos a ter um sensor a cada cinco quilômetros em nossas áreas de cultivo próprio, distribuídas entre São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso do Sul.
Temos registrado também avanços importantes na ampliação de viveiros, na modernização do nosso plantel varietal, que oferece soluções bem testadas e resilientes, além de estabelecermos tratos eficientes e adequados às características de cada canavial e localidade. Na identificação de pragas e no controle biológico, avançamos com a utilização de drones, em mais de 150 mil hectares.
É com esse espírito que, sem aumentar a nossa área própria de cultivo, durante o ano safra 2022-2023, conseguimos 7 milhões de toneladas de cana-de-açúcar a mais, na comparação com o ciclo anterior. E pretendemos seguir nessa linha com relação à utilização da palha, a começar pelo cuidado com o solo.
Neste momento, estamos aproveitando a nossa operação pioneira de E2G no bioparque Costa Pinto, onde já produzimos 30 milhões de litros anuais desse biocombustível avançado – e de alto valor agregado –, para estabelecermos as melhores práticas para o aproveitamento dessa biomassa, envolvendo as áreas agrícola e industrial. O conhecimento que estamos criando será replicado nas outras plantas de E2G que estamos construindo, nos bioparques Bonfim, Barra, Univalem, Gasa e Vale do Rosário, e que serão entregues a partir deste ano-safra.
O cenário é bastante animador. Se, por um lado, estamos confiantes quanto à nossa capacidade de garantir a oferta de biomassa em quantidade e qualidade, para produção de combustíveis renováveis e com menor pegada de carbono, a exemplo do E2G, já trazemos essa realidade para as nossas operações agrícolas, com a crença de que a tão necessária transição energética depende, também, da forma como lidamos com a terra.